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Pré-poeta / Jazigo (Poemas) - José Fonseca Filho

14/03/2022 00:00




­Pré-poeta
de José Fonseca Filho **

Eu já fico envergonhado
De tanto poeta que existe
Na verdade me lamento
E chego a ficar bem triste

Até gosto de escrever
Ordenar rimas certinhas
É difícil pra valer
Mas insisto:é coisa minha

Portanto eu sigo em frente
Procurando escrever certo
Se todo mundo consegue
Porque que só eu não acerto?

Fico possesso deveras.
Grande poeta quero ser
Dos que procuram as rimas
Até o dia amanhecer

Anda assim meus leitores
Vidrados em poesia
Não gostam muito e dizem
Que essa rima é da Bahia

Eu garanto não desistir
A turma me desconhece
Sou daquele que faz rimas
E no outro dia esquece

Qual problema de esquecer?
É uma questão humana,
Que qualquer um pode ter
E faço outro, não reclama

Chega de blábláblá
Precisa a rima correta
Comece logo a estudar
Se quiser ser bom poeta

Todo lugar que vou
Tem poeta declamando
E as garotas, tão lindas
Vão logo se apaixonando

Eu não posso perder essa
Elas nem olham para mim:
"Esse cara não é poeta,
É um boboca, isso sim"

Se algum dia já tive,
Onde está a inspiração?
Nada me sai da cabeça
Ainda menos do coração

Mas também já fui danado
Quem quiser não acredite
Conquistei muitas garotas
Pois a mim ninguém resiste

Vamos lá, resolver logo
Se serei poeta ou não
Acho que estou na fase
De muita imaginação

Mas acho mesmo,verdade,
Desculpe a premonição:
Não serei jamais poeta,
Mas um mero falastrão.

Com amor, força,imaginação
Ele nunca esquece da gente
O poeta, na verdade, não escreve;
O poeta, de coração... ele sente!

- - - - 


Jazigo

de José Fonseca **
Me mostraram uma estátua
Puxa, que estátua perfeita.
Quando o vento nela bate
Até o cabelo desajeita
Essa estátua de que falo,
Não está em praça ou museu.
Está em cima da sepultura
De um sujeito que morreu
Será também que essa estátua
De tão perfeita que é,
Molhe, em dia sem chuva,
O defunto, bem no pé?
** José Fonseca Filho é jornalista e pré-poeta.
Pintura do poeta Fernando Pessoa - Almada Negreiros


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