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Carnaval, guerras e paz - (Crônica) - José Fonseca

12/02/2024 00:00




­Carnaval, guerras e paz

José Fonseca Filho **

A maior festa do mundo, mais bonita e mais alegre, sem sequer um esboço de concorrência de outros países, é o extraordinário e fantástico carnaval brasileiro. Apesar da realização de festas semelhantes e pretensiosas na França, Suiça, México, Itália e Canadá. A beleza de fantasias e músicas insuperáveis, como acontece a cada nova comemoração do carnaval brasileiro, surpreende pela criatividade. A disposição da população é
superar a cada ano a beleza e a alegria esfuziante dos carnavais anteriores. 

Não há nada que se lhe compare em nosso planeta.

Antes mais substanciais nas grandes cidades, nos últimos anos o crescimento das comemorações tem sido em todos os sentidos. Os turistas já não sabem para onde ir, tantas as atrações. São praticamente cinco dias seguidos de festas, desfiles, conjuntos musicais, tudo nas ruas. A céu aberto e
com a presença alegre e dançante da população. Este é o país do samba e da alegria. E com a característica própria de seu povo: a cordialidade e a alegria.

Mas há outros países em fase de terrível infelicidade, guerra e mortes. Eles não devem ser esquecidos. Seus dirigentes precisam adotar posições civilizadas e compreensivas. Deixar de lado o ódio e participarem de um esforço vigoroso em prol da pacificação. Assim como Carnaval eliminar as divergências que podem ser superadas pelo entendimento e a colaboração.

Trata-se de divergências entre seres humanos, a despeito da posição de seus dirigentes em promover o conflito e a disputa material e política entre a Rússia e a Ucrânia. Já morreram milhares e outros tantos estão sob o mesmo risco. Não há perspectiva de paz no horizonte. No Oriente Médio a violência é quase secular e envolve política, território e religião. A mais antiga guerra do mundo, onde o ódio continua a prevalecer. Judeus e
palestinos muito possivelmente continuarão a guerrear entre si, por mais uma longa temporada.

Há um sonho, uma nova realidade e beleza que nenhum desses contendores jamais tiveram, é uma impressão que fica. Mas bem se poderia imaginar a eventualidade de acabar as guerras estúpidas, provocada por dirigentes idem, e que podem acabar colocando em risco a
sobrevivência da humanidade. Talvez os contendores jamais tenham vivido períodos de efetiva paz e felicidades para seus povos. Certamente nem
sonham nem nunca ouviram falar de festas populares, de povos alegres, de uma irmandade pacata e produtiva.

Não custa sonhar sonhos impossíveis, ter todos os seres humanos como irmãos ou companheiros. Para isso se poderia pensar em organizar um importante carnaval tendente a modificar pensamentos e ideias necrófilas. E pensar e lutar pela união, não pela separação. Pela vida,
não pela morte.
Carnaval
Imaginar também não custa. Mesmo com exageros mas com toques de magia. Aproveitando a ocorrência do fantástico e insuperável carnaval brasileiro, quem sabe poderíamos começar essa tentativa pelo mais zangado. A ONU convidaria Netanyahu para tirar um período de folga e passar uns dias no Brasil, assistindo ou participando do carnaval da Bahia, que é o mais alegre do Brasil. Certamente isso iria alterar o procedimento do
judeu zangado. Para acalmar-lhe os nervos, ele provaria e gostaria muito de comer um acarajé com pimenta.

Mas não basta. Também sob os auspícios da ONU, o magrelo Putin, também do time dos zangados, seria convidado para o carnaval do Rio. Ao ver a primeira mulata sambando do jeito que derrete asfalto, o russo branquelo pareceria que ia ter uma ameaça de vertigem. Até aqui os dois mais zangados dirigentes mundiais já estariam se convertendo à alegria e à vida em festa e na amizade. 

O próximo a ser convidado seria o Zelenski, que por ter sido artista dá a impressão de ser mais acessível. Esse outro valente seria destacado para ficar em São Paulo. Após assistir e participar dos bailes e desfiles do carnaval paulista, ele teria reunião na FIESP, para convencer os empresários a levarem investimentos para a Ucrânia. Inclusive uma fábrica de fantasias de carnaval, além de permissão para defender a realização de carnavais
em outros países.
Carnaval

A delegação da Palestina para ver o carnaval brasileiro seria a mais numerosa, e virão ao Brasil a bordos dos luxuosos aviões da Emirates. Sem servir bebida alcoólica. Alá não permite. A delegação árabe também seria proibida de assistir de perto o desfile das passistas das escolas de
samba. Muitas de minibiquinis. Alá, de novo, não permite. É por tanta proibição que os árabes brigam tanto.

Todos os valentes e desarrazoados brigões dessas quatro potências já pediram para reservar também suas vagas para o carnaval do próximo ano. Só pediram para variar: quem já foi ao Rio iria na próxima vez para a Bahia, e por aí vai. Tudo pela paz.

**José Fonseca Filho é jornalista
* Carnaval nunca acaba - Flickr.com


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