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O decote da professora - (Crônica) - José Fonseca

27/08/2024 00:00




­O decote da professora

José Fonseca Filho**
Aos 16 anos Marilda já despertava a atenção dos garotos da pequena cidade à beira mar onde nascera e se sentia plenamente feliz, principalmente pelas belas praias existentes na região. Assim como pelo ritmo da cidade e de seus habitantes, de um modo geral seduzidos por um clima de alegria e otimismo que envolvia a região. Ela era de família de classe média e sempre se destacou por uma beleza precoce, assim como a formação do corpo, saudável e belo em todos os seus contornos. Uma garota alegre, acima de tudo.

Sempre fora estudiosa e bem relacionada com todos os setores da escola e dos residentes no bairro onde morava, com os pais e um irmão menor. Marilda era simpática e bem humorada, de bom relacionamento com todos. Sempre foi boa aluna nos vários setores do ensino e das matérias que cursou. E acessível aos bons relacionamentos, quando sua simpatia mais se destacava. Igualmente, porém, respeitosa com todos e de todos
exigindo este mesmo comportamento em relação a ela.

Ou seja, bonita e simpática mas exigindo respeito e educação de todos. Além de ser uma garota alegre. Ai de quem não lhe correspondesse nessas características. Tinha uns tiques liberais em seus modos de se comportar, de se vestir e na segurança com que se comportava em seus relacionamentos de amizade, ainda distante do plano amoroso.

Estava se tornando uma mulher atraente, algo que ela própria percebia, daí a busca do comportamento discreto, a fim de manter intacta sua intimidade. Era calorenta, devido ao sol permanente na cidade e arredores. Isso a fazia dar preferência a roupas leves e decotadas, o que contribuía para destacar a beleza de seu corpo.

Aprovada com louvor em todos os exames habilitou-se a assumir a função de professora no mesmo estabelecimento em que estudara anteriormente. Tornou-se ainda mais séria e exigente no desempenho de sua função e do rendimento dos alunos e alunas. Todos a adoravam, tanto pela qualidade do ensino que lhes era proporcionado como pela sua apresentação agradável durante as aulas.

Comportando-se sempre com discrição, não conseguia evitar a repercussão de suas caminhadas no vai e vem da sala de aula e corredores do colégio. A Marilda tinha uns tiques liberais que provocavam a atenção dos alunos, mesmo os ainda mais garotos, estreando na puberdade. Mas a convivência era respeitosa, de lado a lado. A Marilda era um encanto. Daí sua natural qualidade de provocar encantamentos. O clima quente da cidade estimulava o uso de roupas mais leves, que lhes refrescavam o corpo.

Ela tinha uns tiques liberais e era apreciadora de decotes. Quase todos os seus vestidos e blusas se caracterizavam por proporcionar aos possíveis apreciadores uma bela e instigante visão. Mesmo os mais jovens não se continham em seus arroubos de curiosidade e não raro viravam os olhos para poderem apreciar de ângulos diferentes aquilo se assemelhava, conforme eles já começavam a identificar, os belos seios de uma
mulher. Ou os peitos, como eles diziam.

Marilda era uma grande professora, preocupada com o aprendizado dos alunos, e não se incomodava se esses mesmos alunos confundiam seus seios com o livro de gramática. Ou de matemática. Ela era uma mulher já pelos 19 anos, liberal e não usava trajes eclesiásticos em seu dia a dia. Mesmo que isso perturbasse os meninos. Um belo dia eles iriam reconhecer do que se tratava. Mas Marilda era decidida: ?com decote ou sem decote, terão que me respeitar.? Aliás, nenhum dos alunos a desrespeitou. Apenas lhe apreciavam o visual superior do corpo, já que o inferior era encoberto.
Os decotes liberais continuavam a fazer sucesso. A garotada cada dia mais animada, mas com poucos
conhecimentos, cochichava entre eles:
- Jô, hoje eu juro que vi o peito da professora Marilda. Só um pouquinho, mas valeu.
- Mentira! É bonito? E como é o bico? Liso ou ondulado?
- Não deu pra ver direito. Mas como são dois, pode ser que seja um de cada tipo.

Ambos ainda desconheciam, na verdade, como é um peito de mulher. Achar que cada um tinha um bico de formato diferente era uma loucura. A garotada assim encontrou um tema para suas pesquisas científicas sobre os peitos da professora, e trocavam ideias nos corredores e salas de aula. Revelando grande desconhecimento da questão.

O forte calor do verão fazia com que a professora usasse blusas de tecidos mais leves ainda, para alegria da garotada. Nada abalava a bela Marilda, que continuava dando suas aulas independente da curiosidade dos alunos e do tamanho dos decotes. A essa altura ela estava com 20 anos e era considerada entre as melhores professoras do colégio. Tanto pela dedicação como pelos conhecimentos apresentados, além de sua postura
liberal em todos os assuntos.

O Jô começou a achar que os peitos da professora estavam balançando, e curioso perguntou ao Ronaldo, mais velho que ele, supostamente conhecedor do assunto. - Ela deve estar sem o soutien, os peitos ficam soltos, informou-lhe o sabichão. Jô acatou a informação mas continuou se indagando como um peito de mulher pode balançar.

Os alunos, neste período, já haviam conhecido alguns segredos da vida e estavam tão voltados para a engenharia, a medicina a informática, entre outras especialidades, como para os seios formosos da professora Marilda. Esse detalhe eles não esqueciam. Ela continuava considerando os seios como as mais belas peças do seu corpo, das quais se orgulhava. Mas não admitia desrespeito. A vida continuava alegre e pacata naquela cidade praieira.
** José Fonseca Filho é jornalista
*Pintura 3D - Freepix


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