Os dias passaram. As mensagens se tornaram rotina. Pequenos detalhes do cotidiano, risadas bobas, partilhas sinceras. Eu achei que tinha uma amiga. Achei que tinha alguém ao meu lado. Mas então, o silêncio.

E foi isso. Sem explicação, sem despedida, sem ao menos um "foi bom enquanto durou". Só o silêncio. O tipo de silêncio que não só cala, mas esmaga. E eu me pergunto: fui eu? Fui só mais um nome na sua prateleira, esquecido no meio da poeira? Fui apenas mais uma peça descartável no seu jogo de distrações?

Você me deixou esperando. Eu acordava e olhava o celular, esperando uma mensagem sua. Qualquer coisa. Mas tudo que recebi foi indiferença. Você viu as palavras que escrevi, mas não sentiu nada. Você leu minhas poesias, mas não enxergou nelas a verdade. Você soube que eu não estava bem e nem sequer perguntou se eu tinha melhorado.

E eu quis acreditar em desculpas, em distrações, no acaso. Mas a verdade é muito mais cruel: eu só não fui importante o suficiente para você.

E isso dói. Dói porque você prometeu que seria diferente. Dói porque, por um breve instante, eu acreditei em você. Mas, acima de tudo, dói porque agora eu vejo: eu fui só mais um.

Então, eu solto. Solto essa história que só existiu para mim. Solto essa ilusão de reciprocidade. Solto essa ideia bonita de alguém que, no fim, não existia de verdade. Eu me despeço sabendo que essa mensagem provavelmente nem fará diferença para você. Mas eu a escrevo, porque eu preciso me libertar.

E eu sei que amanhã, quando eu acordar, ainda vou olhar o celular, esperando o que nunca virá. Mas um dia, espero que esse reflexo morra. Espero que esse vazio pare de me devorar. Espero, de verdade, esquecer.

E quando esse dia chegar, você será apenas uma lembrança desbotada, um nome sem peso, uma história que já não dói mais.