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25/08/2021 00:00
Quo vadis, Brasil?
Paulo Roberto de Almeida
Outras estatisticas que não resolvem muita coisa: o contingente combinado das PMs estaduais é 17 vezes superior ao das FFAA, que aliás não estão habilitadas a conter movimentos de rua. O que faz um recruta com seu fuzil? Atira?
Os tanques fumacê tampouco servem para muita coisa! Aliás, não servem para nada mesmo; só para gastar diesel e poluir o ambiente rarefeito de Brasília (nas outras cidades atrapalhariam o trânsito).
As PMs continuarão divididas por causa dos governadores, mas não se conhecem golpes de verdade que tenham sido feitos com pessoal da segurança civil.
O Brasil se parece cada vez mais com algumas estrofes daquela canção (alguém me lembra exatamente os versos?):
"erravam cegos pelo continente" Sujos, estropiados, roubados e mal alimentados, o que esperam os brasileiros para se revoltar?
O pior é que quem sai às ruas é sempre classe média bem vestida (pobre não se apresenta): tem o gado da direita, em seus carros e motos, alguns tratores, e tem o povo indignado, muitos com bandeiras vermelhas, e os cidadãos de bem com slogans até criativos. Pode até não ser o pior, mas é inócuo.
Em 1930 estados se dividiram e tropas marcharam contra a capital: os milicos, como sempre evitam brigar, e preferem se entender entre eles. Em 1964, três governadores golpistas e grandes marchas de populares se uniram num Basta! ao desgoverno daquele momento. Mas os militares tampouco se moveram, até que um general maluco resolveu colocar seus tanques em marcha, precipitando o baile dos indecisos.
Ah, era o mesmo milico que, quando coronel, fez o Plano Cohen que abriu o caminho para o golpe do Estado Novo.
Agora, nem isso o genocida é capaz de planejar?
Então, ficamos só com aquela parte da farsa da tal de repetição da História?
Que papelão, hem Brasil?
** Paulo Roberto de Almeida: Embaixador brasileiro, professor universitário
Imagem: Estatua romana Vergonha
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