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As pirâmides amazônicas - Guillermo Piernes

29/05/2022 00:00




As pirâmides amazônicas e o correspondente alemão

Por Guillermo Piernes ** 

Um correspondente alemão credenciado no Brasil tinha escrito há 45 anos a respeito de lendas sobre uma cidade na floresta amazônica com pirâmides milenares, fato provado neste ano pela ciência com a utilização de tecnologia a lazer. 

Karl Brugger era correspondente da agencia ARDF quando lançou em 1977 o livro A crônica de Akakor, a respeito de lendas sobre cidade na floresta, com subterrâneos e pirâmides milenares, e uma suposta expedição nazista no final da segunda guerra.

O livro de Brugger inspirou um dos filmes de Indiana Jones. 

A embaixadora Leda Lucia Camargo foi amiga de Brugger, no tempo em que trabalhava na Secretaria de Imprensa de Itamaraty. Leda Lucia Camargo tinha registrado o fato escrito por Brugger, antes da comprovação por parte de cientistas alemães e ingleses em 2022, no livro Os diplomatas e as suas histórias, lançado pela editora Francisco Alves 

Na época que Brugger trabalhou no Brasil eu fui correspondente da United Press International (UPI) tive o privilégio de tratar bastante com esse jornalista serio, dedicado e afável. 

Em 3 de janeiro de 1984, Brugger foi assassinado no Rio de Janeiro, durante um assalto perpetrado por um menor de idade, segundo a versão policial inicial. O jornalista recebeu duas balas no coração, quando saia do tradicional bar Barril 1.800  em Ipanema, onde tinha ido a celebrar a sua designação de correspondente em Buenos Aires. Porém o adolescente indicado como assassino tinha sido acusado por um rival do morro do Cantagalo e a polícia comprovou que ele estava num outro local na hora do homicídio. Igualmente ele não foi reconhecido por outro jornalista que estava com Brugger. Nunca foi identificado o assassino. Mas voltando as pirámides...

No artigo publicado em maio na revista Nature descreve o processo científico de um conjunto de descobertas arqueológicas na Amazônia boliviana, não muito longe da fronteira com o Brasil. 

Segundo o estudo, o uso de tecnologia a laser avançada possibilitou mapear grandes assentamentos que datam da Idade Média e apresentam construções de barro e pirâmides tão altas quanto prédios de oito andares.

O recurso aplicado é Detecção de Luz e Varredura (LIDAR), uma tecnologia óptica de identificação remota que mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância e/ou outra informação a respeito de um determinado objeto distante. Os cientistas usaram técnicas avançadas de detecção a laser para mapear assentamentos antigos na Amazônia boliviana. 

Os pesquisadores foram capazes de penetrar na vegetação densa, provando que é falsa a informação que não existiam sociedades desenvolvidas até a chegada dos conquistadores europeus no século XVI.

Existia nas construções "complexidade, tamanho e densidade", segundo Chris Fisher, arqueólogo da Universidade do Estado do Colorado, no editorial na Nature sobre o estudo.

Por favor, se o leitor nasceu neste continente, com mais essas provas de civilizações avançadas na região, nunca mais aceite o termo "descoberta" para descrever a chegada dos europeus. 

É o mesmo que um turista ignorante chegar agora ao Rio de Janeiro e "descobrir" o Cristo Redentor ou a Brasília e "descobrir" que não tem esquinas.  

Brugger descansa em paz! Valeu!

** Guillermo Piernes - Escritor e Jornalista
*Crédito Imagem - Kadumago História e Arqueologia 
(Publicada no site informativo de Brasília osdivergentes.com.br) 
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