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18/11/2022 00:00
Cristovam Buarque e a sua nobre bandeira
Por Guillermo Piernes
Cristovam Buarque reconfirma aos seus muitos leitores e admiradores que segue entre os mais corajosos dos maiores intelectuais brasileiros com o lançamento do seu último livro "A última trincheira da escravidão".
Para Cristovam "A Lei Áurea soltou os escravos não os libertou, porque não lhes deu o mapa para caminharem em liberdade. Por cem anos, O Brasil negou escola aos ex-escravos e seus descendentes".
A educação foi, é e certamente será a maior bandeira da vida de Cristovam Buarque, não importa o tema abordado, a luta política desenvolvida, a variedade das dúzias de livros que escreveu.
"Ate hoje, o sistema educacional brasileiro oferece escola senzala ou escola casa grande", define magistralmente o engenheiro mecânico pernambucano que foi reitor da Universidade nacional de Brasília (UnB), governador e senador pelo Distrito Federal , além de Ministro de Educação no primeiro governo de Lula.
Para chegar a essa conclusão, Cristovam analisou os debates parlamentares nas sessões para aprovar a Lei Áurea e os compara com os debates posteriores na vida publica sobre o atraso e a disparidade com a educação como é oferecida até hoje.
Segundo o autor, os Dez Dias em maio de 1888 ainda não terminaram e a Abolição não está completa.O livro foi editado pela Unipalmares.
Cristovam foi candidato a presidente. Educação, educação e educação foi basicamente o tripé da sua campanha realizada com modestos recursos. O resultado obtido, um por cento dos votos, provou que o tema educação não é prioritário para a população, mas Cristovam segue nessa trincheira que certamente não abandonará até o fim.
Seu livro "O mundo é uma escola" faz parte da Comissão Internacional da Unesco sobre o Futuro da Educação. A Comissão num dos seus mais recentes relatórios expressa que é necessário "um novo contrato social para a educação".
Cristovam foiu ganhador do Prêmio Jabuti em Ciências Sociais, ao promover como poucos a reflexão sobre o futuro de um país grande, belo, rico e injusto.
* Guillermo Piernes - jornalista, diplomata, escritor
Crédito foto - Senado Federal
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