rosas me precedem,

árvores mutantes,

canto fechado

sol adormecido

incenso que não queima

peneira que não coa

outras vezes

eu engulo as palavras

e as penas

Eu penso muito

como numa torrente galopante

de pensamentos antigos

Eu não falo muito, eu sei

enquanto eu me comunico

com o pensamento

os olhos, as mãos,

e...

escrevo

      escrevo

                 escrevo

um potencial poema

com mil palavras por minuto

que estava vazio

de desgosto, sonhos e ressentimentos

substituído por pássaros azuis

que atravessam o céu

e esmagam sua figura

enquanto os verdadeiros silêncios vêm

que acalmam meus aspectos

e eu ressurjo com novas notas,

luz branca -

a vibração teimosa

de um poema,

sem

     palavras.