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Unidos ou dominados - Guillermo Piernes

28/02/2025 00:00




­Comunicação e Desintegração na América Latina 

Guillermo Piernes **
A editora da Universidade Nacional de Brasília (UnB) lançou o livro da minha autoria "Comunicação e Desintegração na América Latina" em 1990. Paradoxalmente este livro velho apresenta definições oportunas e válidas para o complicado hoje.

A tecnologia avançou de forma gigantesca transcurridos 35 anos daquele animado lançamento, ao ritmo de salsa, no foyer do Teatro Nacional de Brasília. Na região nos mantemos nos mesmos trilhos que nos conduzem a guerras, rivalidades doentias, neocolonialismo, ao afastamento da união que possibilitaria melhoria do poder de barganha internacional, saídas para a penúria social, além do desprezo as nossas raízes e culturas, pontos examinados no livro. 

Ao trazer a tona meu velho livro, lembro o axioma aplicado por imperadores ao longo do tempo: "Divide y reinarás", além do conceito de Humberto Ecco sobre a explosão das redes sociais "deram voz a uma legião de imbecis"

Incentivado por vários leitores que muito respeito, decidi resgatar daquela obra - superada em boa parte pela evolução tecnológica- , alguns parágrafos da Apresentação. Considero que esses parágrafos continuam em plena vigência perante o atual retrocesso na civilidade e respeito ao Direito Internacional. Aqui estão:

"O Império Asteca, que mobilizou uma das máquinas bélicas mais competentes da História, foi derrotado por um aventureiro espanhol, de cabelos loiros, chamado Hernán Cortés, que desembarcou no continente com algumas dúzias de homens om armaduras e uns poucos cavalos. Cortés, no entanto, tinha em suas mãos a principal arma na paz na guerra: A Informação...

Cortés nunca desminteiu a versão deque era o deus loiro esperado pelos astecas. Também não disse que seus cavalos eram simples animais e não enviados pelo além, e que seus mosquetes lançavam bolas de derro e não trovões. 

O continente americano passou ser parte do império espanhol, da coroa portuguesa, colonias inglesas, francesas, holandesas. Simón Bolívar e José de San Martín dedicaram suas vidas para expulsar os espanhóis. Sucederam-se as declarações de independência dos países americanos. A sede de todos os impérios se manteve.

...Depois chegaram os jornais, os rádios, os televisores, os satélites, os computadores...tornando o mundo mais próximo ... mas os países latino-americanos pouco intercambiam em matéria de informação, da cultura... A massa dos povos latino-americanos assiste um filme em que o excesso de informação só serve para confundi-la ... O excesso de informação é uma nova forma de censura ...

Seria relativamente fácil diagnosticar: A culpa é do imperialismo ... não é só isso. Os latino-americanos, por interesses mesquinhos, incompetência, falta de recursos ou de imaginação cumprimos com muito pouco do nosso papel na melhoria da comunicação da região.

Este mesmo povo, informado corretamente, saberia por que lhe falta o pão, a saúde, a escola, a habitação ... Deixaria de haver um exército de homens cegos ... fortaleceria a esperança de uma sociedade mais justa, mais equitativa ... A integração latino-americana só será possível com uma comunicação de massas que sustente esse ideal ... Unidos ou dominados..."

** Guillermo Piernes - Foi correspondente das agencias noticiosas internacionais UPI e Reuters-Latin, porta-voz da OEA em Washington, editor sênior da Gazeta Mercantil Latinoamericana
* Foto - Capa do livro editado pela UnB



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