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Perversidade - (Crônica) - Silvia Caetano

21/03/2025 00:00




Perversidade

Silvia Caetano ** ­

LISBOA - Do que nos lembramos quando falamos sobre perversidade? Recordamos poderes e indivíduos que ao longo da história foram
implacáveis e cruéis. Ascenderam ditatorialmente e quando perceberam sinais de declínio e sentiram medo, praticaram atrocidades e crueldades
contra países e pessoas.

A maldade humana é um problema complexo e perturbador, presente em todos os séculos da existência da humanidade. Desde sempre
vemos exemplos de crueldade, tirania, egoísmos e violência que nos fazem questionar a natureza do ser humano. O que leva uma pessoa a
praticar perversidades?.

Ensinam manuais de psicologia que a perversão é uma psicopatologia relacionada com algum tipo de comportamento sexual depravado ou
que apresenta desvio da normalidade. A perversão -segundo Freud - é uma psicopatologia estruturada como forma de transgressão do que é
convencional. Está relacionada com um desvio existente no comportamento desde a infância, e cujo desenvolvimento se intensificou no decorrer da vida adulta. 

A maldade manifesta-se de diferentes formas, desde pequenos atos de desrespeito até crimes hediondos e guerras devastadoras,
como a invasão da Ucrânia.

Pode surgir da ganância, do desejo de poder ou de simples indiferença pelo padecimento alheio. A falta de empatia e o prazer de fazer o outro
sofrer são algumas das características do psicopata. A história contém inúmeros exemplos de atrocidades cometidas em nomes de ideologias,
religiões e interesses pessoais.
O diagnóstico se aplica à Wladimir Putin, com seu histórico de terror, de crimes e assassinatos dos seus opositores. Durante seus 25 anos de
poder, críticos políticos do Kremlin, como dissidentes e jornalistas, morreram em circunstâncias suspeitas.

Foi o que aconteceu com o mais notório deles, Alexei Navalny, que revelou atrocidades cometidas por Putin no seu livro Patriota, escrito numa prisão na Sibéria, antes de aparecer morto sem nenhuma explicação credível.

O maior dos seus crimes terá sido a invasão da Ucrânia alegando ser necessário desnazificá-la, quando na realidade ambicionava roubar mais territórios e riquezas, - além da Crimeia, já ocupou 20 % do país. Foi surpreendido pela heroica resistência dos ucranianos e pelo apoio
que receberam da União Europeia e dos Estados Unidos. 

Às vésperas de um possível acordo com Trump e a Ucrania, - já aceito por Zelesnki-, para uma trégua de 30 dias, Putin faz exigências para firmá-lo. Ele quer tudo, desde o reconhecimento das regiões que ocupou na Ucrânia até o compromisso de que nenhuma força estrangeira será deslocada para a fronteira entre os dois países para prevenir novas invasões.

Apesar de pretender encerrar a guerra a qualquer preço, não é certo que Trump atenda às reivindicações de Putin, seu mais novo amigo. Acatará algumas, concordando que a Rússia fique com as regiões ucranianas que invadiu. Rejeitará outras, mas é provável que Putin aceite um meio termo.

Ainda que o término da guerra seja favorável a Putin, também representa uma derrota estratégica para a Rússia, terceira potência mundial. Putin fracassou em dobrar a Ucrania, país militarmente mais frágil e que ele se vangloriava dominaria em poucos dias. Não foi isso o que aconteceu. Ele não contava com a bravura dos ucranianos. Os psicopatas são onipotentes.

** Silvia Caetano - Jornalista brasileira que reside em Portugal
Pintura - Huyendo de la crítica, de Pere Borrell del Caso


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