Poemas
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24/05/2025 00:00

Acordei para a realidade
Roberto Garcia **
Acordei, de repente, para a realidade.. Acabo de ver umas estatísticas que me tiraram do centro. Tenho passado tempos notando a estagnação americana. Sem perceber que tanto as locomotivas quanto as tartarugas europeias estão muito piores. Trabalhador alemão ganha a metade do americano. O francês menos da metade. Italianos e o resto estão lá atrás.
Certamente há diferenças entre regiões do mesmo país. E de camadas da indústria e do agro. Os números falam das médias. Elas é que são um horror. A renda disponível para a família média americana é 63000 dólares. A das francesas é 35000, a das britânicas 36000.
Fica mais fácil entender porque a direita avança, na Europa Ocidental. Não porque ela ofereça solução boa. Mas porque a esquerda e o centro moderado tem se desempenhado de forma ruim.
Sim, entendo que essa segmentação tem algo a desejar. São categorias imprecisas. Mas dão uma ideia.
Já faz tempo que não se ouve falar de produto de consumo europeu invejável. Tem quase tudo cheiro de antiguidade e embalagem colorida. A exceção fantástica vem da única indústria de chips avançados, na Holanda. O resto é quase de fazer chorar.
Os bilionários franceses fazem bolsa de luxo. Inovação revolucionária não vem de lá. A Volkswagen acaba de fechar uma das suas principais montadoras de veículos. Vai passar a fazer tanques de guerra.
Que aconteceu com os europeus? Não é à toa que andam dizendo que o centro de inovação e de esperanças passou para a Ásia.
Esses grandes movimentos entre blocos de países são notáveis. Contudo, nem todo mundo nota, quando estão acontecendo. Quando se percebe, já estão consolidados.
O que se distingue, claramente, é que hoje há dois grandes. Um que está morrendo, aos poucos. O outro, enérgico, com toda. Os médios, como o Brasil, estão certos ao se inclinar para o lado mais promissor.
E tem gente por aqui perdida. Fazendo fofoca contra a Janja.
** Roberto Garcia - Jornalista, foi correspondente em Washington de importantes meios durante mais de duas décadas.
* Pintura Pela noite na rua - Karl Johan
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